sábado, 5 de dezembro de 2009

O vento





O trajeto era curto.

Não mais que dois quarteirões.

Ele colocou o fone de ouvido.

Deu os primeiros passos.

O rádio tocava Midnight Oil.

O vento trazia o prenúncio de chuva.

A corrente de ar transpassava seu rosto.

Os cabelos esvoaçavam.

A sensação era de liberdade.

A cada metro um peso lhe caia dos ombros.

A densa fumaça começava a se dissipar.

Era mágico.

Os olhos se encheram de lágrimas.

A vida lhe veio à mente.

Parecia um trem expresso.

Em alta velocidade os anos foram revistos em segundos.

Tudo passou.

E ali ficou.

O percurso chegara ao fim.

Era hora de atravessar a avenida

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